4º Domingo do Tempo Comum – Ano B – Início do Evangelho
4º Domingo do Tempo Comum – Ano B
Início do Evangelho
Evangelho: Mc 1,21-28
Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.
Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus.” Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!” Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a região da Galiléia.
Explicação do Evangelho:
O sábado, aparece sempre nos Evangelhos como um dia de ação, quando se refere a Jesus. Para os judeus, o sábado é o coração da lei de Israel, ou seja, é preciso observar os mandamentos segundo a vontade de Deus. Deus descansou no sétimo dia, no sábado, por isso, eles respeitavam o descanso nesse dia dedicado a adorar Aquele que tudo criou. “O sétimo dia é sábado; repouso absoluto em honra do Senhor” (Ex 31,15). Porém, Jesus veio ensinar que o importante é o homem e não a lei, e que o Amor precede as regras. Portanto, “o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado” (Mc 2,27).
A ideia central deste Evangelho não é exatamente quando ou o quê Jesus ensina, mas como Ele ensina; a autoridade que Ele imprime em Suas palavras e ações e o efeito que provoca nas pessoas, que vai da admiração ao espanto. É um ensinamento novo porque liberta e ensina ao mesmo tempo.
Na Bíblia, todo profeta é um portador de Deus, mas Jesus vai além, porque Ele é o próprio Deus que se fez presente no diálogo com o homem, e a Sua autoridade está tanto nas Palavras, como no poder da Sua ação, por isso é repetida nos dois versículos: 22 e 27.
O espírito impuro fala em nome do povo dependente e submisso que reconhece Jesus e O revela como o Santo de Deus, enquanto a maioria, ou a totalidade dos que ali se encontram, O desconhecem como tal.
As pessoas, espantadas, reconhecem a autoridade de Jesus porque presenciam o demônio saindo do corpo do possesso e obediente a Ele, mas ainda não compreendem quem é esse Homem e de onde vem tal autoridade, perguntando entre si: “O que é isso?”.
Jesus veio para destruir todas as raízes do mal e as suas manifestações. Ele é a pessoa escolhida pelo Pai para libertar o Seu povo!
Ao escrever esta passagem, Marcos quer passar a confiança em Jesus como um Mestre e alguém que cura os doentes. E é exatamente o fato das pessoas ficarem assustadas e impressionadas com a autoridade de Jesus, que a Sua fama se espalha por toda a Galileia e, posteriormente, desperta em Herodes e em outros tantos poderosos o desejo de destruí-Lo por uma falsa ameaça de poder.
Jesus apresenta uma nova doutrina nos Seus ensinamentos por meio de várias passagens, como nas bem-aventuranças, no mandamento do amor, nos conselhos evangélicos; e, com autoridade, expulsando os demônios com efeito imediato.