Você pratica a inclusão?
Inclusão. Assunto em alta? Sim, fala-se muito, porém, ainda se faz necessário falar muito mais e, principalmente, agir, colocar em prática.
Jesus fez o milagre da cura do paralítico (João 5,1-18) não porque teve um sentimento de dó ou de pena. Ele desejava ardentemente que o homem ‘fosse livre’ e saísse da sua condição de marginalizado para ser incluído na sociedade, pois a exclusão não faz parte do projeto de Deus para os seus filhos. A identidade e o nome daquele homem não são citados na passagem bíblica, pois ele representa todos os que se encontram impedidos fisicamente, considerados inválidos, sem forças, enfermos e incapazes.
Hoje, no nosso meio de convívio – Igreja, comunidade, trabalho –, nós podemos também fazer um milagre, ou ser um milagre na vida dessas pessoas, abrindo-nos para acolhê-los, libertando-nos do preconceito social que oprime e marginaliza.
Estamos preparados para acolher as pessoas especiais em nosso meio, no dia a dia, na nossa vida? Sabemos lidar com o diferente, o mais lento, o mais silencioso ou o inquieto?
É preciso dar o primeiro passo!
A inclusão carece de meios físicos, de abertura da mente e do coração, do conhecimento das limitações das pessoas com necessidades especiais.
O Mateus, personagem do Pequeninos do Senhor, nosso pequenino cadeirante que participa dos encontros de catequese durante a Missa, é um exemplo de que a inclusão é possível e que a limitação física não impede o ser humano de estar entre amigos, ser amado e conviver com eles, apesar das suas diferenças.
Vivemos em uma cultura ‘em movimento’ e ‘do movimento’, portanto, ninguém pode ficar parado, estagnado por falta de alguém por perto, por falta de amor.
Na Declaração de Salamanca, proclamada em 1994, lê-se que “(…) as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar através de uma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades”, e que “(…) as escolas regulares, seguindo esta orientação inclusiva, constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos(…).”
Estes dois parágrafos apresentam de modo objetivo e prático o real conceito de uma escola e de todos os lugares de formação e educação que devem estar ‘ao lado dos alunos’ porque os conhece, além de conhecer também o contexto de vida em que estão envolvidos, os seus valores, como aprendem melhor e se relacionam, e também o tempo que precisam para aprender o que é necessário para ser um cidadão útil e ético.
O Papa Francisco nos cobra e orienta para a inclusão. Em recente videoconferência com sete jovens deficientes físicos de várias partes do mundo (dia 05/02/2015), o Pontífice pediu para os adolescentes não se amedrontarem frente às dificuldades, dizendo: “Somos capazes de superar tudo. Precisamos apenas de tempo para procurar e encontrar o caminho”.
A mensagem do Papa e de Salamanca estão aí, são atuais e precisam ser lembradas e conhecidas por todos! Coloquemos, pois, em prática, estes ensinamentos juntamente com o exemplo de Jesus!
Por Rachel Abdalla – Presidente Pequeninos do Senhor.